24 de fev. de 2008

Bipolaridade, Temperamento Forte.




Ainda existem muitos equívocos de diagnóstico e julgamento sobre essa patologia que acomete cerca de 10% da população mundial.

O desconhecimento a respeito só aumenta o sofrimento daquele que, por falta de um acompanhamento e/ou tratamento específico, é preconceituosamente rotulado como instável, mal educado ou constante depressivo.


Então, seguem alguns esclarecimentos:


"O que é a bipolaridade?
* Trata-se da um transtorno mental em que o humor assume autonomia, deixando de responder adequadamente ao que seria esperado, com variações diversas como euforia, agitação, aumento de energia, agressividade, ansiedade, explosividade, aumento de riscos e gastos, impulsividade e distração, entre outros sintomas do pólo positivo ou "para cima", que se alternam ou se mesclam com apatia, desânimo, tristeza, ansiedade e falta de prazer do pólo negativo ou depressivo.


Números sobre a bipolaridade
* Atinge cerca de 10% da população, sendo 1% a 2% do tipo I e 8% com bipolaridade leve ( II, III, IV e ciclotimia)
* Pelo menos metade das pessoas com sintomas depressivos tiveram ou terão hipomania (estado de humor exageradamente elevado), o que configura a bipolaridade
* Passam em média 10 anos e 3 médicos para que ocorram o diagnóstico e tratamento corretos
* 50% dos pacientes têm abuso de álcool ou drogas
* Antidepressivos e psicoestimulantes agravam o quadro - evitar ao máximo
* Mais de 70% tem algum outro transtorno psiquiátrico associado (de ansiedade, de impulsos, distúrbios alimentares, uso de drogas...)

O enfoque atual da bipolaridade
Se antes a bipolaridade era reconhecida somente nas suas versões mais evidentes e pronunciadas (chamada atualmente de tipo I e antigamente de psicose maníaco-depressiva ou PMD), cada vez mais tem-se observado que uma parcela significativa da população sofre de oscilações de humor maiores do que o normal (cerca de 10% da população), com diferentes graus de prejuízo.

Em vez de serem reconhecidas e tratadas por apresentar formas atenuadas de bipolaridade, estas pessoas comumente recebem equivocadamente diagnósticos de depressão, ansiedade, déficit de atenção e hiperatividade, abuso de drogas ou de transtornos de personalidade.

Considerando esse novo enfoque, é provável que a bipolaridade seja o transtorno psiquiátrico de maior impacto social e econômico da humanidade, ou seja, mais até do que a depressão unipolar.

A confusão com a depressão unipolar se dá pelo fato de que muitas pessoas com bipolaridade têm muito mais sintomas depressivos do que de humor elevado.
A isso, se acrescente que o humor elevado muitas vezes não é reconhecido como alterado e nem é investigado por muitos profissionais de saúde.
Como antidepressivos e psicoestimulantes podem agravar a bipolaridade, na dúvida do diagnóstico deve-se primeiro tratar com estabilizadores de humor, que não pioram os outros transtornos, como depressão e déficit de atenção.

Equívocos comuns no diagnóstico da bipolaridade
* Depressão unipolar (ao invés de depressão bipolar)
* Ansiedade (ao invés de humor misto ou turbulento)
* Déficit de atenção e hiperatividade (bipolares também são dispersivos e energéticos)
* Transtornos de personalidade (borderline, histriônica, narcista, paranóide e antisocial)
* Drogadição (pela busca de sensações)
* Transtorno obsessivo-compulsivo (por serem pessoas de extremos e muito auto-exigentes)
* Fobias (por serem pessoas de extremos e reagirem intensamente)"

Acrescente-se a essas informações que a bipolaridade quando adequadamente tratada (terapêutica e farmacologicamente - é importante ressaltar a importância da terapia cognitiva nesse caso) trará ao paciente uma qualidade de vida bem superior.
Crises depressivas sempre trazem altos ônus para as pessoas bipolares, mesmo que para os dos tipos III e IV e para os ciclotímicos o temperamento arrojado, empreendedor e intenso seja algo bem sedutor.

Leia mais sobre o assunto no site http://www.bipolaridade.com.br/

Bjokkas,

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