18 de nov. de 2008

camaleão alegre






.
Atenta nesta paleta de cores


estes sinais de opulência da luz breve


símbolos que acordam a manhã dos nossos olhos


para a flor do sol


que insistem na múltipla transfiguração


das imagens que dão forma às nossas vidas;



repara no preto e no branco


como se a sinfonia dos acasos


não fosse mais que a simetria dos ocasos


ou no azul que desfalece

os matizes infindáveis do cinzento


que vai nos olhos, no sangue de cada um



porque é o sol magenta dos alvores matinais


que trai os sonhos da madrugada


a reflexão das cores e do entendimento.



Vê como o verde decai em tonalidades martirizadas pelo ocre e o amarelo


sustentando a linha melódica dos barros;



Observa a cor do céu na fria latitude


dos gelos glaciares,


na transparência da água dos oceanos


resolvida em anémonas e corais de luz.



Atenta no rosa dos frutos da primavera


entre as folhas a captar o sol


para a maturidade corrompida pelo granizo


onde a imagem da noite baila


no esmorecimento das cores e a sua ausência



o negro
.....

o presente persistindo .....


curvado à sapiência do eterno.



Atenta nas cores


e ouve o timbre os tons da música


capazes de trazer violetas e rosas


ao patamar da euforia


o clímax de licores de carmim e rosa


em púrpura desfeita virgindade


na face da menina


já mulher.



Lê a tua sina em esmeraldas


e em rubis cristalizados


proscritos até ao fim do tempo


ou o ébano das noites frias envenenando o brilho diáfano de ametistas e turquesas


que resolvem a cinza em azul e oiro



e vê como tudo se encaminha para um grande abraço


num arco-íris que vincula a terra à terra


o sangue ao rubro sangue das entranhas dum vulcão


que derrama todas as cores,


os símbolos e os signos



o magma que há de florescer nas sensações

a percepção subjetiva


do real.





(vieira calado)

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